sábado, 15 de novembro de 2008

Tecnologias na Educação


Ainda há por parte de alguns educadores a resistência em assumir a importância de recursos tecnólogicos na educação em especial nas séries iniciais. No entanto, vencer esse desafio é o primeiro passo para sair da condição de analfabyte termo comumente usado para quem não faz uso contínuo do computador e outros recursos tecnológicos.
E o que é tecnologia?
Segundo Silva
( 1980, p. 42 )A palavra tecnologia possui objetivos distintos:
“ tecnologia é o conjunto de técnicas e conhecimentos científicos
que permite o estabelecimento das instruções para a confecção de
um produto ou o desenvolvimento de um procedimento industrial ou
técnico por outro lado tecnologia também é usada para definir as
mesmas instruções ou procedimentos”.

Mas, Por que a utilização da tecnologia na educação?
Para enriquecimento, democratização do conhecimento, atualização imediata dos fatos, investimento, acessibilidade entre outros conceitos.
Utilizada também pra engajar ativamente os alunos no processo de aprendizagem, de forma criativa definida,sem delimitar possibilidades.
A utilização da tecnologia na educação possui três eixos:
Como fim -Aprender sobre tecnlógia
Como meio- Aprender da tecnologia e com a tecnologia
Como ferramenta - Para o professor e alunos

Na educação infantilo uso do computador em sala de aula possibilita a criação de ambientes desafiadores ao permitir diversos níveis de representação
simbólica devendo ser ajustado à necessidade da criança. O uso diário e contínuo quando inserido no cotidiano dos pequenos, é recurso produtivo para sua inserção no mundo moderno.

Para saber mais:
Reportagem extraída da Revista Nova Escola (Abril) Edição 177 – Novembro de 2004.
Seção: SALA DE AULA
Com o micro, a garotada se alfabetiza mais depressa.
O uso do computador desde a Educação Infantil aumenta o interesse pela leitura e a escrita e introduz as crianças no mundo da informática
Raquel Ribeiro
A criança do século 21 nem precisa ter tocado em um computador para saber que o bicho não morde. Ela sabe que a máquina está presente no trabalho dos pais, no banco, no supermercado. Às vezes, também em casa e na escola. Tanto melhor quando isso acontece desde a Educação Infantil, já que os pequenos têm a maior facilidade para usar o mouse, identificar as letras no teclado, formar sílabas, enfim, escrever. Sim, o computador é um aliado na alfabetização.

Nessa fase, não é necessário nada além de um processador de texto e um programa de desenho. "A criança cria símbolos, descobre as letras e faz composições com elas para comunicar seus pensamentos", diz Léa Fagundes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Como se vê, o bom uso do computador dispensa conexão com a internet ou uma coleção de softwares educativos.

Na hora de explorar um computador "desplugado" e básico com turmas de 5 a 7 anos, o importante é realizar tarefas que têm sentido para elas, como escrever o próprio nome e fazer a lista dos aniversariantes do mês ou a relação das atividades do dia. Usando o mouse, as crianças treinam a coordenação motora e, de olho no teclado, identificam letras, números e símbolos. Tudo isso dá ao professor a chance de se deslumbrar com a produção da classe e se surpreender com a rapidez com que todos aprendem a lidar com a informática.

Um livro de poesia
"Tive um aluno de 5 anos com dificuldade na escrita que se alfabetizou rapidamente com o uso do computador", conta a professora Vanessa Calin Gonçalves, do Educandário São Domingos, em São Paulo. Milagre tecnológico? Claro que não. "De nada adianta o micro sem um projeto pedagógico. Se deixar as crianças só brincando com o Paint, o programa de desenho de que tanto gostam, elas cansam logo", admite.

A máquina desperta o interesse dos alunos de pré-escola de Vanessa, na faixa de 5 e 6 anos, e agrega a turma. Em dupla, uma criança ajuda a outra. Por isso, a professora sempre junta quem tem níveis de aprendizagem diferentes.

Após explorar os recursos do micro por um tempo, a turma de Vanessa começou um projeto: um livro de haicai. "Eles amam os versos e conhecem diversos poetas." Antes de reescrever no Word os poemas do escritor curitibano Paulo Leminski (1944-1989) e ilustrá-los no Paint, os estudantes tiveram diversas atividades de alfabetização. A professora também falou sobre a origem e estrutura do haicai e discutiu a função social do poema. Logo a turma se animou com a idéia de recitar para outras pessoas e, terminado o livro, todos vão participar de um recital.

Ao reescrever — escrever o que lembravam do poema que leram —, as duplas não foram fiéis à ortografia. "Depois questionava a classe sobre qual a maneira correta de escrever as palavras", conta Vanessa. O texto era, então, corrigido e os alunos faziam as ilustrações. Cada página pronta era impressa e, quando todas forem concluídas, o livro de poemas será encadernado. "Em breve, os meninos vão escrever os próprios haicai."

O canto do computador
Não é preciso conhecer muito de informática para desenvolver um trabalho como esse. "Se fizéssemos como as crianças, que não têm medo e aprendem o que precisam, quando precisam, o micro não seria motivo de angústia", afirma Paulo Périssé, líder pedagógico da Escola de Educação Internacional da Bahia, em Salvador. Não é preciso ficar ansioso para aprender tudo de uma só vez e sem erros.

Patrícia Regina S. de Macedo Rego, coordenadora da Escola Municipal Friedenreich, no Rio de Janeiro, passou por isso: "Fiquei temerosa com a novidade de ter um computador dentro da sala de aula". Agora, ela se diz maravilhada. "Até o aluno com mais dificuldade na escrita se transforma! E todos adoram a ‘mágica’ da impressora."

O recurso foi oferecido à escola carioca pelo Kidsmart, projeto internacional da IBM destinado à rede pública de Educação Infantil ou Ensino Fundamental. No Brasil, o projeto foi adaptado pela organização não governamental Avisa Lá, de São Paulo, que dá assessoria às equipes docentes. Mesmo com apenas uma máquina por turma, nenhum aluno da Friedenreich fica de fora das atividades. Em cada sala há vários "cantos" de brincadeira e aprendizagem com os quais o micro "dialoga".

Na hora de criar um jogo, por exemplo, alguns alunos fazem desenhos no papel e depois colam palavras e frases feitas no micro. O mesmo esquema se repete no decorrer de projetos temáticos. As turmas de 5 anos já produziram cartões ilustrados para enviar a familiares, agendas telefônicas com os números dos coleguinhas e carteiras de identidade. O "documento" é uma ficha que contém foto, nome, peso, altura e outros dados de cada aluno.

O bacana é que a turma aprende a escrever, a usar o teclado e o mouse e a ler o que está escrito na tela. Tudo ao mesmo tempo e sem que seja necessário tratar a informática como disciplina. Patrícia afirma ainda que o uso dos computadores introduz uma nova linguagem: os pequenos logo dominam funções como cortar, colar e salvar, que são identificadas com pequenos desenhos. Eles aprendem a ler e escrever na língua materna e também na língua universal dos ícones. E, com certeza, não vão se intimidar diante da máquina, como ocorre com muitos adultos. "O aluno aprende a usar o micro usando. Se os professores não dão ‘aula de lápis’, porque dar ‘aula de computador’?", provoca Silvia Carvalho, coordenadora-geral do Avisa Lá.

Bibliografia:
FLEISCHMANN, Lezi Jaques. Crianças no Computador, Desenvolvendo a Expressão Gráfica, 96 págs. Ed. Mediação, tel. (51) 3330-8105,

SILVA, Francisco Antônio Cavalcante da. Tecnologia e Dependência: O Caso do
Brasil. Fortaleza: Ed. UFC. 98 p. 1980.

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